Abraço meu corpo em prantos
sujo, vermelho, manchado
de ontem, ou antes, já nem lembro
memórias perdidas em algum banheiro
em alguma maquiagem para disfarçar
teu lugar. não há mais lugar.
eu canso e desolado espero
algum tipo de ajuda que nem sei pedir
aprendi a ser assim, dependente
fraco, repousado, em seus braços
a me protejer de mim
não fujo mais. hoje não.
ardo em febre de ódio e vingança
como quem partiu mas já volta
com os dedos trêmulos
a mão pesada, um cheiro novo
engatilhado em teu dorso, em tua palma
não mais farás de mim sentido
não terás mais pena no dia seguinte
não dirás que a culpa é minha
porque será
a ultima vez
que me levantou a mão.
Lean Valente - 30/07/25 18:04