quinta-feira, 19 de abril de 2007

Pirataria - Modo digital de revolução fonográfica ou roubo mesmo...


A música digital avança de forma cada vez mais rápida para dentro dos lares brasileiros. A disseminação dos MP3 players made in Taiwan está fazendo com que pessoas que antes não entendiam lhuvas de computador, baixarem MP3 a torto e a direito e, mais comumente, comprar cds com discografias completas em mp3 na banquinha do camelô e levarem pras Lan-Houses para descarregar em seu aparelhinho maravilhoso. É claro que isso acarreta problemas, e o maior deles é a tão falada pirataria, o abuso dos direitos autorais, e em maior escala, a falência das grandes gravadoras. Mas há de se pensar sobre os efeitos que a geração pós-Ipod terá sobre o mundo musical e a forma de se fazer e principalmente vender música.

Um termo que sempre me incomodou como conceito geral, o de pirataria. Não pelos motivos convencionais, de achar que pirataria é roubo, como endossa Cora Ronai em seu artigo de segunda passada no Info Etc. do Globo, mas por deturpar justamente o termo antigamente tão usado para designar os chamados atualmente Bootlegs (ahh, os termos em inglês...). Comprar um disco pirata durante muito tempo foi sinônimo de ter em casa uma relíquia absoluta, um show que ninguém tinha, uma gravação demo feita em um home studio sujo do norte de Nova York. Eu mesmo, em meus idos tempos metaleiros, tinha um vinil pirata da apresentação do Metallica em São Paulo, no Phillips Monster of Rock. Isso era sinônimo de status.
Hoje em dia, qualquer cd do Exaltasamba ou do Frank Aguiar comprado em bancas pelo centro da cidade é considerado pirata, e não só cds, dvd´s e até programas são comercializados na “pirataria” que eu insisto em chamar de comércio informal. Comércio porque é comércio mesmo, e informal porque não é possível que não se dão conta que é um negócio tão lucrativo quanto o tráfico de drogas e que não acabará tão cedo pois, diferente do tráfico, não fere tanto na moral e nos bons costumes. Fere sim nos bolsos das grandes gravadoras e das mega empresas de softwares, que são as maiores interessadas em acabar com essa venda ainda ilegal.
Sobre isso há de se pensar duas coisas. Uma delas é até onde vai a força do comércio informal em detrimento das grandes corporações e suas jogadas de marketing? Com relação a tal Indústria Musical, existe sim uma demanda muito grande por cds originais, apesar de não parecer. É claro que a maior parte da população se esbalda nas feirinhas atrás de seus cds copiados (e coletâneas de mp3 também). Mas ainda sim as vendas de cds continuam sendo negócio. No caso dos softwares, as leis que estão coibindo a proliferação dos ditos piratas em empresas tem levado a um sem número de novas aquisições dos originais. Agora seja por medo do fisco, seja por paixão ao encarte e a qualidade sonora, é fato que o mercado de cds ainda não morreu. E não deve morrer, visto que há um gancho para novos negócios em um ramo ainda pouco explorado, a venda de música digital. A Indústria ainda ganha e ainda ganhará muito dinheiro.
A outra questão a ser colocada é a seguinte: como viver em um mundo onde arte e mercadoria se misturam? Li no Globo desta terça feira uma matéria sobre meia entrada na qual Ney Latorraca diz não pagar “meio condomínio” e nem “meio supermercado”. Até aí eu concordo que os artistas ganham por sua arte e merecem receber o justo. Agora o que me incomodou foi a colocação dele dizendo que teatro é um produto como qualquer outro que vende no Ponto Frio. Aí uma inversão de valores acontece. Creio que o que está sendo feito é redefinir o termo Arte de busca do Belo por Arte busca do mercado. Tratar a Arte como mercado é como legitimar seu comércio informal, (ou vocês esqueceram que a burguesia se formou justamente indo para fora dos feudos com banquinhas de camelôs?).
A coexistência dos mercados fonográfico legítimo e ilegítimo é um tanto inviável ultimamente. Porém não obstantes estão soluções para que se crie uma forma legal de se ganhar dinheiro com música digital, daquelas que toca no seu Ipod e no seu MP3 player. Não com ações proibitivas ao usuário da internet interessado no último lançamento de uma banda da Turquia, mas com adequação dos artistas de uma forma geral em algum programa de distribuição de arte mais igualitária, seja por incentivos governamentais, seja com o barateamento do custo final dos produtos.
É claro que eu queria ter todas as minhas MP3 (que eu baixei legalmente, pagando taxas para cada um dos downloads) em versões com discos, capas, encartes, e tudo que tem direito. Mas o que eu pago por isso tudo é o justo? Há alguma forma de se tornar isso justo? Justiça só do pirata. Na lei do ferro e do fogo. Que se faça arte e deixe a Indústria lutar por espaço. É a livre iniciativa. I´ts evolution Baby!.

sábado, 14 de abril de 2007

ESSE SIM UM RECOMEÇO... NÃO O TESTE.


E mais uma vez aqui, tentando recomeçar uma história que nunca terminou de verdade. Tentando resgatar uma pequena embarcação perdida dentro de mim. Não recordo bem há quanto tempo não escrevo, mas lembro detalhadamente de todas as minhas últimas frustradas tentativas de preencher esta folha sem linhas na tela de fósforo. E sim, foram várias tentativas... Essa inclusive, caso meu texto não chegue ao fim, como um daqueles bilhetes de informação confidencial ou testamento de espiões da CIA/KGB: “caso você esteja lendo isso, significa que algo aconteceu comigo.”
Não tão dramático como o último exemplo, esse é só um exercício de prática. Um daqueles testes que você faz antes de iniciar uma atividade. Um teste vocacional, por assim dizer. Juntando idéias que aparentemente não fazem sentido, em um tempo que não me é dado, numa vida da qual estou suprimido. Sim, estou remoendo minhas lamúrias e buscando paz em alguns segundos afastado do trabalho (afastado? Ou seria escondido...). Enfim, não importa. O puro e singelo ato de escrever já me basta para trazer satisfação plena para dois parágrafos além do que presumia resumir em malfadadas poucas linhas.
O motivo de tal espírito literato foi uma pequena matéria no jornal O Globo desta quinta feira. O Rio está novamente se tornando referencial cultural para o país. Sim, salas de teatro e cinema alternativos sendo abertas, casas de shows de pequeno, médio e grande porte inauguradas, artistas se reunindo para discussão de idéias, e está acontecendo, e eu estou assistindo a isso, ao que poderá vir a ser talvez quem sabe, nossa nova revolução cultural, a Bossa Nova dos nossos tempos, a Semana da Arte Contemporânea como a tempos, foi-se a moderna. Teatro, Cinema, Música, Artes Plásticas, Literatura fervilhando por esquinas, ruas, centros culturais, lonas culturais, espaços culturais, banquinhos de praça culturais. Tudo ultimamente, no Rio, cheira a cultura.
“Um tanto de idealismo”, alguns, como meu jovem amigo Ricardo Gameiro, diriam. Sim! Deixem-me romântico e idealista ao perceber o furor cultural da noite da Lapa, das tardes passadas entre Paço Imperial, CCBB, Museu da República e MAM, ou até mesmo das madrugadas perdidas em maratonas do Odeon ou em grandes espetáculos seja na Matriz, seja no Pão de Açúcar.
E como isso me motivou a escrever? Alem da necessidade, do gosto pelo peso do fardo, a minha distancia conceitual do fato cultural. Sinto-me tão isolado quanto vazio dessa magia renascentista, Sinto-me poluído com tanta violência, com tanto descaso, com tantos ônibus, passagens, tempo de serviço. Aqui, escondido, escrevendo no trabalho, a pergunta que me motivou a escrever ainda lateja na mente como uma pequena cigarra aguardando a hora da sinfonia: -- Como fazer parte se estou a parte?
De certa forma, esse espaço literato me mantém vivo culturalmente, e, por assim dizer, me torna parte de uma das coqueluches modernas da informação, o BLOG. Para tanto opinar, quanto informar, e acima de tudo, tentar de forma humilde, ter opinião nesse mar de opinião que é a internet e, porque não dizer, o Rio reformulado com tantas cenas independentes de tantas mídias culturais diferentes.
Bom, é isso. Parece que consegui chegar ao fim de algum escrito de forma um tanto aceitável para padrões pessoais. Daqui eu entro num trem em direção a algo que muitas vezes fiquei no meio, ou na porta. Pra quem teve paciência para ler, parabéns e obrigado. Espero estar bem mais presente que outrora. Espero fazer parte. Espero.
MAS EU POSSO ESTAR ERRADO.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

esse é só um teste.. texto teste!

é isso msm. só um texte.. um testo texte,. que testa sua percepção
não busque nada
não tem nada aqui
saia da minha varanda, na minha casa de vidro

na verdade, depois de tantos anos
eu descobri que posso estar errado.

?