segunda-feira, 12 de maio de 2025

Entre a Utopia, Entropia

Escrevo para mim

Ou para ninguém

Que me lê aqui.                                                          (Se é que existe alguém em mim)

Não há mais links

Entre o que escrevo

E o que sinto

E sentir é grande

É dádiva

Só quem sente

Consegue sorrir

E chorar, e cantar

E viver plenamente                                                       (Minimamente)

Porque viver

É sofrer, é lutar

É uma batalha diária

Contra a entropia

O decaimento celular

A finitude                                                                       (Ahh, há finitude, sempre acaba.) 

Viver é lutar.


Escrevo pra mim

Para que eu lembre

Mesmo ninguém lendo

Mesmo que meu livro não exista

Mesmo que minhas musicas não toquem                    (Nada toca, atualmente)

Mesmo que eu seja só uma voz vazia

Ecoando dentro de mim

Eu escrevo para mim

Para me lembrar sempre

O ruim, o bom, o eterno e o etéreo                                 (A forca, a força)


Viver é lutar

Contra a entropia

Isso é o importante                                                          (Para quem abre o coração)

E organizar letras

Representando fonemas

Em palavras com significado

Inventado por seres humanos

Em comunidade, e reunindo

Essas palavras em sentenças

Que formam ordem

Diante do caos.


Escrever é viver

É lutar contra a entropia. 

Lutar contra a finitude

Porque tudo acaba

E lutar contra o fim

É o que nos faz vivos.                                                     (Sitios, casos, planos, enfins..)


Entropia é desordem

Entropia é caos

Entropia é a falta de troca

Entropia é o fim da mudança.                                         (Ser feito de mudanças dói

                                                                                         Pois encarar quem se é

                                                                                         É perceber que não se é 

                                                                                         Nunca o que é necessário)

Viver é lutar!


(Por mais fraco que sou, eu luto, em luto.

E escrever é minha forma de reorganizar o universo

Refazer ordem, desfazer o aleatório

Conquistar através do texto

Meu sempre novo eu)


                                                                                         Tem dias que esquecemos.

   E a entropia vence

     Uma mão aberta, vindo na cara

 E lembrando que o fim é implacável

 Não importa o quão forte sejamos.



Talvez eu devesse seguir conselhos

E fazer outras coisas.

Talento é para quem pode

Amar é para quem pode

Viver é para quem pode.

Eu posso

Lutar

Diariamente

Sozinho

Contra a entropia

Que desfaz os gradientes

E torna tudo homogêneo

Sem importância

Sem mudança

Sempre igual a como sempre foi.

Se foi... como sempre...


Dias e dias. 

Entropia!


Lean Valente

12/05/2025 11:40


Nenhum comentário: