Eu guardo o que estraga,
o destruído,
o passado, amargurado,
confrontado e questionado.
Escolhas mal feitas.
Eu vivo o corroído,
deixado pra trás,
nas entranhas, descascado,
apodrecido, finito.
Eu sinto o ontem,
sem serventia.
O que deixou de ser
para nunca mais voltar.
Eu faço o que já foi feito.
Eu digo o que já foi dito.
E reedito o que não foi feito nem dito.
E passo que já foi dado.
O papel já amassado .
Eu vivo de desistir
do que já deixou de existir.
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